disseram-me um dia

Disseram-me um dia, Rita (põe-te em guarda)aviso-te, a vida é dura (põe-te em guarda)cerra os dois punhos e andou (põe-te em guarda)e eu disse adeus à desditae lancei mãos à aventurae ainda aqui está quem falouGalguei caminhos-de-ferro (põe-te em guarda)palmilhei ruas à fome (põe-te em guarda)dormi em bancos à chuva (põe-te em guarda)e a solidão, não errose ao chamá-la, o seu nomeme vai que nem uma luvaAndei com homens de faca (põe-te em guarda)vivi com homens safados (põe-te em guarda)morei com homens de briga (põe-te em guarda)uns acabaram de macae outros ainda mais deitadoso coveiro que o digaO coveiro que o digaquantas vezes se apoiou na enxadae o coração que o contequantas vezes já bateu para nadaE um dia de tanto andar (põe-te em guarda)eu vi-me exausta e exangue (põe-te em guarda)entre um berço e um caixão (põe-te em guarda)mas quem tratou de me amarsoube estancar o meu sanguee soube erguer-me do chãoVeio a fama e veio a glória (põe-te em guarda)passearam-me de ombro em ombro (põe-te em guarda)encheram-me de flores o quarto (põe-te em guarda)mas é sempre a mesma históriadepois do primeiro assombrologo o corpo fica fartoO coveiro que o digaquantas vezes se apoiou na enxadae o coração que o contequantas vezes já bateu para nada
SERGIO GODINHO-IRMÃO DO MEIO-BALADA DE RITA
nota:imagemdesviadadealguém_mui obrigada a esse alguém
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