sexta-feira, março 31, 2006

"Rei Lear" William Shakespeare

" Eu sou o pobre Tom, que se alimenta de rãs, sapos, peixes cabeçudos, osgas e lagartixas; que, na sua fúria, quando o porco sujo está enraivecido, come bosta de boi à maneira de salada, devora cães desenterrados e ratazanas velhas, bebe a escuma verde dos charcos estagnados; que é expulso a chicote de concelho para concelho, posto no tronco, punido, encarcerado; e que entretanto teve já três fatos para vestir, seis camisas para mudar, cavalo para cavalgar e uma espada à cinta; mas Ratos ratazanas e outra bicharada, Pobre Tom, há sete anos não come mais nada."

quinta-feira, março 30, 2006

se se carrega...








"frágil...

é preciso cuidar
se se carrega
o coração nas mãos
as ruas estão
cheias de acidentes
e é tão frágil
o tecido dos instantes..."

imagem e textos de alguém..que diz tanto..nós..

sábado, março 25, 2006



"antes de saires para o trabalho,

arrumas à pressa o dia anterior
para debaixo da cama.
guardas o coração ainda adormecido bem dentro do teu corpo
e esqueces essa canção que já não passa na rádio

mas que vive secretamente dentro de ti.

fechas a porta à chave com duas voltas e sais.


os teus passos na escada fria soam ligeiros e apagam-se,

perde-se o rasto, easy listening,

guardas tudo para ti como um ex-dj...

assim partes, quase a correr.

parada junto à passadeira,
protegida num gesto ledo
f
ixas o olhar na sombra dos carros que passam.

esperas pelo sábado,
pelo feriado e as suas pontes,

pelas férias para ouvires as tuas canções.

sentes-te longe, silenciosa de luz."


joão miguel queirós_a naifa_

quinta-feira, março 23, 2006

angels...



Moments come, moments go There is nothing else I will hide in this lifetime of ignorance Nouska-Anouska I want to come home Nouska-Anouska I feel so alone Voice of God comforts some When a love dissolves Voice of God comforts none When a child's stillborn Nouska-Anouska I want to come home Nouska-Anouska I feel so alone I recall a thousand English hands They were praying for an avalanche Nouska-Anouska I've been so alone Nouska-Anouska I want to come home I belong to where the angels die long before they even learn to fly I recall a hundred summer days Summer Girls I knew would never stay I belong to where the angels die long before they even learn to fly Nouska-Anouska I want to come home Nouska-Anouska I feel so alone... PB

quarta-feira, março 22, 2006

" Acredito cada vez menos no que proferes...as tuas cerimónias para comigo são mal vistas....todos os títulos de realeza que me atribuis parecem-me simples gestos de quem anseia algo terreno e não profundo. Tento desviar a minha atenção de tal acidente, mas não quero voltar a ser vítima..."

by somebody

sexta-feira, março 17, 2006

..."creio na mudança"

“Creio na mudança e, obviamente, também na musical. Para mim, a arte que realmente vale a pena ser admirada é aquela que transforma a nossa relação com o mundo, que é capaz de pôr em dúvida a nossa percepção. Estamos perante uma função simplesmente diferente da música que pretende ser criativa, a de afastar das consciências regras, leis, ditames hoje obsoletos, de maneira a redefinir outras regras que algum dia se tornarão também obsoletas. Há um propósito claro de recusar o que esperamos ouvir, de questionar as formas culturalmente correctas e os nossos mecanismos de defesa frente ao desconhecido, àquilo que é difícil de identificar... Se uma parte da música ocidental chegou a este extremo, talvez seja porque necessite de um retrocesso às origens do acto musical para tentar reencontrar uma substância hoje desaparecida e assim adquirir um novo estatuto político-social. O perigo é que este processo possa cair num sistema de regressão. Não acredito no progresso em arte, mas sim no progresso dos meios para a realizar. Da mesma maneira, não penso na minha música em termos de novidade, mas sim nos meios utilizados. Para mim, é muito mais importante a intenção do projecto, o seu valor artístico e o porquê do seu compromisso com a realidade.”

alfredo costa monteiro in AnAnAnAnewsletter270

domingo, março 05, 2006

...

"A crer pelas vezes em que se agitou o fantasma, muito se tem assinalado a preocupação de que Portugal se torne numa “república das bananas”. Ninguém previu foi que se transformasse num circo, e eis que caminhamos a passos largos para tal condição de palhaços tristes. O último indício foi o facto de um juiz ter constituído arguidos os jornalistas que publicaram no jornal “24 Horas” a notícia sobre o escândalo do Envelope 9. E é assim que se faz justiça neste país: em vez de se procurar saber quem e porquê nas instâncias judiciais andou a controlar os telefonemas dos principais agentes do Estado, resolveu-se incidir as baterias sobre os profissionais da informação que, no cumprimento do seu dever, denunciaram tais actos. A liberdade de expressão e de informação levou uma grande machadada, e este episódio, pelos vistos, é apenas o começo de um processo que escolheu os jornalistas como bodes expiatórios. A mensagem é muito clara: não se pode escrever nem falar sobre certas coisas. Se é de um golpe palaciano que se trata, e que de resto já teve como resultado no passado recente a decapitação do maior partido português, é melhor que nada se diga sobre tais tentativas, para que finalmente se faça tábua rasa da nossa Constituição e certos interesses subterrâneos se instalem em definitivo. A ironia de tudo isto é que, tal como nos tempos do marcelismo a música ganhou com o facto de a imprensa não ser livre, fugindo à censura devido às entrelinhas da boa poesia que se cantou (lembram-se dos magníficos discos pré-25 de Abril assinados por José Afonso e Sérgio Godinho?), talvez no futuro próximo os nossos autores de canções voltem a ter um decisivo papel de esclarecimento e mobilização. Ao menos isso, dado que agora os jornais só falarão de acidentes de automóvel e da vida dos famosos..."

in "AnAnAnA newsletter de 03032006"

sexta-feira, março 03, 2006

trálálá a apanhar cogumelos alucinogénicos na floresta

Meninas das alianças......'tá-se mesmo a ver que vai ser de morte!!!!! Espero que o contrato com o demo seja dos bons...

quinta-feira, março 02, 2006

we do this...


They
Who made up all the rulesWe follow them like foolsBelieve them to be trueDon't care to think them through
And I'm sorry so sorryI'm sorry it's like thisI'm sorry so sorryI'm sorry we do this
And it's ironic tooCoz what we tend to doIs act on what they sayAnd then it is that way
And I'm sorry so sorryI'm sorry it's like thisI'm sorry so sorryI'm sorry we do this
Who are theyAnd where are theyAnd how can they possiblyknow all thisWho are theyAnd where are theyAnd how can they possiblyknow all this
Do you see what I seeWhy do we live like thisIs it because it's truethat ignorance is bliss
Who are theyAnd where are theyAnd how do theyknow all thisAnd I'm sorry so sorryI'm sorry it's like this
Do you see what I seeWhy do we live like thisIs it because it's truethat ignorance is bliss
And who are theyAnd where are theyAnd how can theyknow all thisAnd I'm sorry so sorryI'm sorry we do this...