...aos meus amigos e irmãos...aqueles que sempre me levantaram e acompanharam...

Olho a minha janela...nada vejo nem uma luz nem um ser nem um ponto...
vejo a escuridão a minha escuridão vejo o meu ser a minha mente...vejo o vazio
que ainda sou que ainda tenho que ainda escondo...

Olho a minha janela e ouço...ouço a minha voz que ainda fala mas nada diz...
não tenho o que dizer o que digo soa-me a ruído...não consigo articular som
só ruído...

Olho a minha janela...só um ponto brilha não sou eu...é alguém que me procura
que me espera

Olho a minha janela e ouço...não a minha voz mas a de alguém que me chama...
lentamente tento me concentrar.tento que a luz se acenda por completo
e que o som me invada e entre pela minha janela

Doi-me o corpo doi-me a mente doi-me o espirito...estou congelada e estagnada
há muito tempo...busco a voz e grito para a minha janela para que eu me oiça
enquanto luto para que a luz se acenda...

E tu continuas...vens caminhando para mim a tua voz que me grita a tua luz que me ofusca

Levanto-me abro a janela de par em par...o sol entra dentro de mim raio a raio e aquece
cada ponto do meu corpo até que cada musculo atrofiado geme e se mexe novamente
até que oiço finalmente a tua voz...a reconheço e a aceito...entras na minha janela
ajudas-me a levantar...juntos olhamos pela minha janela...hoje o dia é bom...
deixei de olhar sozinha pela minha janela...